Sr. Nuno Crato, o senhor parece-me
um ressabiado. Terá lá o seu valor, terá estudado as suas matérias muito bem
estudadas, terá feito isso à custa da palmatória, ter-lhe-ão exigido demasiado
na infância e adolescência, terá comido o pão que o diabo amassou para chegar a
“doutor”(espero bem que sim!), mas isso não lhe dá o direito de se vingar numa
geração inteira!
De si, sei - por o ouvir dizer -
que foi aluno do digníssimo professor Rómulo de Carvalho, e que isso terá sido
uma benesse na sua aparentemente (até 2011) notável carreira. Mas logo aí se percebe a sua
falta de sensibilidade: caramba, homem, não custava nada e punha-se a
beneficiar também um pouco da sabedoria do António Gedeão, que isso não haveria
de importunar o Rómulo! O maior mistério, para mim, é se terá optado por não o fazer,
ou se tinha - já à altura - essa dificuldadezinha macabra da tortura (auto-tortura, também), essa teimosia, que insiste em confundir com determinação, essas olheiras
de quem vive no ar a interpretar os corpos celestes, sem saber que é necessário
misturar o ar e a terra para que a interpretação seja justa. Deixe-se de
suspensões, Sr. Nuno Crato! Desça à terra para umas boas horas de sono e sonho
(que o sonho comanda a vida, como
deveria ter aprendido, se fosse esperto, se tivesse algum sentido de oportunidade
e bom-senso), vai ver que a terra arrasta para si a força do pensamento e quem
sabe o seu jeito para isso, malgrado as aparências, não se tenha esfumado por
completo.
Vá lá, homem, digne-se a convocar
em si alguma noção de respeito, se não for por outra razão, que seja pela ideia
de que, pelo menos, o seu velho professor se possa orgulhar de si. E Olhe que o
senhor parece não saber disto, mas um professor cheio de orgulho e feliz, é a
maior garantia de qualidade de educação. É, é, Sr. Ministro, é...
Deixe-se de coisas, sim?!
Ó Nuno, põe-te fino!
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