quinta-feira, 21 de abril de 2011

Também tenho o meu manifestozinho de bolso

A vida corre-me de feição. Tenho as faces rosadas porque estive ao sol e porque é meu, um pedaço de terra, onde alguém plantou couves, batatas, morangos, alface e outras coisas com cor, que me hão-de saber bem tanto a uma segunda-feira à noite como num almoço de domingo (porque eu ainda almoço aos domingos). A vida corre-me de feição porque sei a temperatura da terra, quando os meus pés descalços lá poisam e não se festeja coisa nenhuma. Só se está ali com os pés na terra, porque há que mondar as ervas inconvenientes. Sou feliz porque aprendi isto: o verde das ervas não é todo igual, lá porque as ervas são ervas e não temos a sabedoria de as distinguir pelo nome. Mas um conhecimento que nos chegou pelo suor, coloca-nos a separar sabiamente as ervas daninhas das outras.

A vida corre-me de feição porque sei coisas simples como esta: se o escaravelho pegar firme no batatal não há troika que lhe valha (não, não se reúnem três vizinhos caridosos para distribuírem a sua colheita boa pelo meu infortúnio natural, até porque sendo o infortúnio natural, o mais provável é que os vizinhos não estejam em melhores lençóis, e se afirmam que estão, mentem). O que se pode fazer é aproveitar pacientemente o que há de bom, sabendo de antemão que o que se vai revolver da terra é maioritariamente podridão e vácuo, e que tanto uma coisa como outra exalam odores pestilentos. Há que plantar de novo, há que cuidar de novo, há que estar atento de novo, há que colher de novo, sabendo que a colheita pode não ser farta, mas terá que chegar.

Estar perto da terra tira-nos, em certa medida, a sensação de alarme. É, por isso, natural que a nação esteja alarmada: fugiu da terra, escarneceu da sua riqueza telúrica, empinocou-se de podridão e alimentou-se de vácuo, e foi de tal forma insensível, que nem o fedor, que o vento sempre acarretou, lhe aflorou as narinas.

A vida corre-me de feição. Aprendi a semear palavras num papel branco, como quem planta batatas: sabendo que, independentemente da posição em que se coloque na terra, ela há-de procurar e encontrar a luz.

A vida corre-me de feição porque, em termos de escrita, eu ainda não cheguei a rama de batata, ainda não me incomodou o escaravelho, ainda não me bateram vizinhos vaidosos à porta, escarnecendo do meu (des)mérito. Mas eu de batatas sei pouco. A minha especialidade são os tremoços, que, como alguém me dizia hoje, não se percebe o que tenham a menos que a trufa. E não, não se percebe.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Apresentações, lançamentos, arremessos e outros modos de vos dar com isto!

Caríssim@s,

Andarei por estes dias e locais a fazer conversa, leituras (e outras inexpugnáveis diabruras:) com e por causa do livro "Zapping sobre as madrugadas idênticas":

29 de Abril: Livraria Centésima Página, Braga;
1 de Maio: Auditório da casa das artes, Arcos de Valdevez;
14 de maio: Maria vai com as outras, Porto;
20 de Maio: Livraria Ler Devagar, Lisboa;
27 de Maio: Mercado Negro, Aveiro;
28 de Maio: Livraria Capítulos soltos, Braga;
3 de Junho: Livraria Pátio de Letras, Faro;


Estarei (quase) sempre acompanhada por pessoas suficientemente audazes para não se importarem com isso de figurarem ao meu lado e, lá uma vez por outra, prometemos surpreender até os mais prevenidos.
Apareçam, como e onde puderem e levem um/a amigo/a! Não precisa de ser giro/a, desde que goste de ler... e vice-versa:).

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Livrarias com "zapping sobre as madrugadas idênticas"

O "zapping sobre as madrugadas idênticas" encontra-se nas seguintes livrarias independentes (se ainda não se encontra em todas, vai a caminho).

Arcos de Valdevez: Associação Padre Himalaya; Papelaria moderna; Livraria e papelaria Arco-íris, e Casa das artes;

Aveiro: Mercado Negro;

Berlim (sim, Alemanha!): A Livraria (Torstr. 159);

Braga: Livraria Centésima Página; Librobraga; Bracara e Livraria Minho;

Casa do professor: loja online;

Évora: Livraria Nazareth;

Faro: Pátio de Letras;

Funchal:Livraria Esperança;

Guimarães: A loja do Júlio alfarrabista e Livraria Pinto Santos;

Lisboa: Letra Livre, Pó dos livros e Ler devagar;

Montemor-o-Novo: Fonte das Letras;

Ponte da Barca: Belião;

Porto: Index Livraria, Livraria Lello e maria vai com as outras;

Póvoa de Varzim: Livraria Minerva;

Sines: A. das Artes;

Sta Maria da Feira: Vício de Letras;

Vila Real: Livraria e papelaria Branco;

Viana do Castelo: Geográfica Livraria;

Viseu: Livraria Pretexto.